11 de janeiro de 2012

Ministro da Educação no Parlamento

Notícia da agência Lusa sobre a audição do Ministro Nuno Crato, ontem, na Comissão Parlamentar de Educação sobre a Revisão Curricular:

"O ministro da Educação e Ciência defendeu hoje a proposta de revisão curricular do Governo como forma de contrariar a dispersão de disciplinas no ensino básico e secundário, que afirmou "não ter paralelo" na Europa.
Os argumentos de Nuno Crato não convenceram a oposição na Comissão Parlamentar de Educação, Cultura e Ciência, que acusou o Governo de estar a rever os currículos para acomodar os cortes a que a troika obriga Portugal, de desvirtuar disciplinas de sucesso e de agir sem uma estratégia real.
O ministro afirmou que Portugal é "campeão de dispersão curricular", indicando que desde a última revisão curricular feita em 2001foram "acrescentadas áreas não essenciais em detrimento das essenciais".
Por exemplo, segundo Nuno Crato, na Dinamarca e Inglaterra a carga horária de áreas não disciplinares está abaixo dos cinco por cento do tempo letivo total, enquanto em Portugal chega aos 15%, registando-se um "aumento enorme" desde 2001 nos tempos de formação cívica ou área projeto.
"Em muitos casos eram pura perda de tempo", argumentou, referindo que os alunos passavam aquelas horas "dedicando-se a aspetos secundários" da aprendizagem.
É por isso que, defende, é preciso reforçar as disciplinas que garantam que "os jovens participem na vida em sociedade", ou seja, "matemática, ciências, física e química, história, português e geografia".
"Os jovens não têm conhecimentos de matemática e língua materna de que precisam e eles são essenciais para outras disciplinas", frisou.
A deputada socialista Odete João afirmou que a proposta de revisão contém "opções políticas que maltratam a educação e tornam os alunos mais pobres".
Feita de "medidas avulsas e inconsistentes", a revisão defendida pelo Governo "começa a casa pelo telhado", acusou, criticando que se advogue a "destruição completa" da disciplina de Educação Visual e Tecnológica (EVT), que deixa de ser dada por dois professores e é repartida em duas disciplinas.
Miguel Tiago, do PCP, afirmou que o Governo quer apenas "ajustar currículos ao pacto da troika e poupar 600 milhões de euros".
O deputado comunista afirmou que o aumento de carga horária em algumas disciplinas "não significa qualidade de ensino se persistirem certas metodologias e insuficiência de meios nas escolas".
Ana Drago, do Bloco de Esquerda, quis que Nuno Crato demonstrasse mais do que "um ?feeling'" para alterar os currículos, indicando que entre a revisão agora proposta e a que a ministra socialista Isabel Alçada propôs e o PSD e CDS-PP chumbaram "não há muitas diferenças".
O cenário que antecipa é de "despedimentos em massa" de professores e mudanças "sem qualquer estratégia de futuro".
Heloísa Apolónia, de Os Verdes, criticou que a par do aumento de carga horária em disciplinas consideradas essenciais se aumente o número de alunos por turma, o que "piora as condições de aprendizagem".

Para os interessados, a AR TV - Canal Parlamento transmite a gravação da audição na próxima sexta feira, dia 13, às 17:00 e no domingo, dia 17, às 23:00.

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